A depressão acomete cerca de 2 vezes mais as mulheres do que os homens. Além disso, o nível de testosterona é cerca de 10 vezes menor se comparado com a taxa nos homens.
Outro dado interessante é que a prevalência de depressão aumenta com a idade, atingindo homens idosos com mais frequência do que homens adultos jovens, e sabemos que o nível de testosterona diminui gradativamente com a idade nos homens.
Esses achados levantam inúmeras hipóteses para esses fatos, e uma delas é que a testosterona poderia ter influência nessa prevalência, pois exerceria um efeito positivo no sistema nervoso central, principalmente sobre o humor.
Grande parte dos estudos que investigam a relação entre testosterona e depressão em homens não chegaram a uma conclusão dessa associação. Parece que é uma relação bem complexa, que incluiria fatores genéticos, ambientais e de personalidade. Cairemos no eterno conflito de quem veio primeiro: a deficiência de testosterona induz a depressão e/ou a depressão crônica induz a baixa testosterona.
Homens com diagnóstico de depressão devem ser avaliados quanto sinais e sintomas, que não pertencem ao quadro depressivo, mas podem estar relacionados aos baixos níveis de testosterona, tais como: diminuição das ereções matinais, baixo desejo sexual, impotência, aumento da gordura visceral, ginecomastia, osteoporose, diminuição de pelos e barba, perda de massa muscular. Esse quadro pode sugerir deficiência na produção de testosterona (andropausa, hipogonadismo) e deve ser confirmado com realização de exames laboratoriais.
Se confirmado o hipogonadismo no homem com depressão, ele se beneficiaria com a indicação de terapia de reposição hormonal (TRT). Entretanto, não há evidência suficiente de que os potenciais benefícios da TRT superem os riscos em homens com depressão sem hipogonadismo, não se usando a testosterona como um antidepressivo nesse cenário.
