A vitamina E é um dos tratamentos orais mais antigos, descritos para o tratamento da doença de Peyronie, e é o mais usado e prescrito comumente.
A doença de Peyronie é caracterizada por um defeito no processo de cicatrização da túnica albugínea, estrutura que reveste as câmaras responsáveis pela ereção, os chamados corpos cavernosos. Esse distúrbio de cicatrização promove a formação de uma placa ou fibrose, dificultando a elasticidade das câmaras de ereção, e dessa forma resulta em deformidade peniana – curvatura, encurtamento, indentação, dor e até disfunção erétil (“impotência”).
A vitamina E é conhecida pelo seu efeito antioxidante no corpo, e assim seu funcionamento no tratamento da doença de Peyronie seria de limitar o estresse oxidativo, que está aumentado durante a fase aguda e proliferativa da cicatrização de feridas. O objetivo seria diminuir o processo de cicatrização e assim diminuir o efeito da doença de Peyronie.
Entretanto, vários estudos demonstraram que não houve melhora significativa em relação a dor, curvatura e tamanho da placa quando comparados ao placebo. Importante pontuar que alguns estudos demonstraram que a vitamina E pode aumentar o risco de doenças cerebrovasculares (infarto, AVC).
Portanto, atualmente não existe evidência científica de que a vitamina E no tratamento da doença de Peyronie funcione.
(Dr. Homero Ribeiro de Paula Filho – Urologia | CRM-DF 15092; RQE 13443)