O que é Doença de Peyronie?
A Doença de Peyronie consiste em repetidas lesões no pênis, provocando dor, deformidade e outros diversos sintomas.
Quais as causas da Doença de Peyronie?
Estudos sugerem que a doença é um distúrbio que faz com que áreas de tecido cicatricial endurecido formem-se no pênis, logo abaixo da superfície da pele. Essas placas tornam o pênis menos flexível, como resultado, os homens com Doença de Peyronie apresentam uma curva perceptível no órgão e até encurtamento.
Normalmente, as feridas cicatrizam em três fases: primeiro, as enzimas limpam a ferida do tecido morto ou danificado; em segundo lugar, o corpo repara a ferida formando uma cicatriz que fortalece o tecido lesionado; finalmente, as fibras de colágeno que compõem a cicatriz são quebradas e realinhadas deixando uma cicatriz menor “remodelada”.
Na Doença de Peyronie, a cicatrização não é apenas extrema, a remodelação da cicatriz não ocorre ou é insuficiente. Sabemos que uma das causas para desencadear essa cicatrização anormal é o trauma evidente no pênis ereto. Isso pode variar desde um trauma significativo por sexo vigoroso (a famosa “fratura de pênis”) ou uma série de pequenos traumas, como os que ocorrem durante o coito normal.
Também é possível que alguns casos da Doença de Peyronie sejam herdados. Sabe-se que a doença é mais comum em homens diabéticos e portadores de gota, duas condições que podem afetar o processo de cicatrização. Há uma associação relatada entre a Doença de Peyronie e um distúrbio genético chamado contratura de Dupuytren — em que o tecido cicatricial se forma ao longo da bainha, ao redor dos tendões na palma da mão, fazendo com que o dedo anular se contraia para dentro.
Sintomas da Doença de Peyronie:
Placa ou nódulo
A placa ou nódulo se desenvolvem sob a pele da haste do pênis. Eles são causados pelo acúmulo de excesso de colágeno e desenvolvimento de tecido cicatricial no pênis, podendo ocorrer em qualquer lugar ao longo da haste, mas, geralmente, aparecem na parte superior. Como as placas são compostas de tecido cicatricial, elas não se esticam como os tecidos normais do pênis e impedem que a área afetada se expanda adequadamente durante uma ereção. Isso leva a alterações na forma do órgão (também chamadas de deformidades penianas ou curvaturas).
Deformidade peniana
A maioria dos homens com Doença de Peyronie tem algum tipo de deformidade peniana. As alterações na forma do pênis podem incluir curvatura (o sinal mais comum), estreitamento (ou ampulheta) e encurtamento.
Como essas deformidades são causadas por placas, que não se expandem como o tecido peniano normal, elas são mais visíveis durante a ereção e a forma do pênis depende da localização e tamanho da placa.
O pênis se inclina para o lado onde a placa está localizada.
A curvatura mais comum é para cima (causada por uma placa na parte superior do pênis), mas também ocorre curvatura para baixo ou para a esquerda ou para a direita. Alguns homens com múltiplas placas podem ter curvatura em mais de uma direção.
Quanto maior o grau de curvatura, maior a probabilidade de ela interferir na capacidade de ter relações sexuais. As deformidades em ampulheta são menos propensas a interferir na relação sexual, mas podem causar instabilidade peniana ou “dobradiça” durante a penetração.
Dor peniana
A dor pode ocorrer com ou sem ereção. Mais da metade dos homens com Doença de Peyronie experimentam dor no pênis. Para muitos, é um dos primeiros sintomas perceptíveis. Embora a dor geralmente ocorra durante a ereção, também pode acontecer quando o pênis está flácido, devido a inflamação na área onde a placa está se formando. Felizmente, para a maioria dos homens, a dor desaparece 6 a 12 meses após o início da doença.
Disfunção erétil
A Doença de Peyronie pode causar Disfunção Erétil (DE). Estima-se que mais de 2/3 dos homens com Doença de Peyronie experimentem DE. Embora alguns homens com Doença de Peyronie tenham condições médicas que podem contribuir para o DE (como pressão alta, doenças cardíacas e diabetes), existe uma relação de causa e efeito bem estabelecida, devido a alguns fatores:
Curvatura peniana;
Dor peniana;
Ansiedade;
Alterações físicas no interior do pênis.
Desmitificando a Doença de Peyronie
É importante que os homens com a Doença de Peyronie — e seus parceiros — saibam que não estão sozinhos. Muitos homens têm vergonha de sua condição ou ficam nervosos ao discutir isso com um médico, especialmente, com uma parte do corpo que define sua masculinidade.
A Doença de Peyronie pode afetar emocionalmente os homens e seus parceiros. Os homens podem sentir-se deprimidos porque não podem ter relações sexuais como costumavam, além de se sentirem ansiosos com a atividade sexual futura. Isso pode acarretar o afastamento do casal e isolamento social do homem.
Por vezes, marcar a primeira consulta é o passo mais difícil. Nesta primeira avaliação, é feito um questionário e uma análise detalhada sobre seus sintomas, seu histórico médico e um exame físico. Se possível, você pode trazer fotografias do pênis ereto tiradas de diferentes ângulos. Isso ajuda o urologista a ver exatamente a forma e o tipo de curvatura que você possui. Também é importante que você faça muitas perguntas, não apenas sobre o seu diagnóstico, mas o que você deve esperar quanto à progressão da doença ou aos resultados do tratamento.
Saiba mais sobre a Doença de Peyronie:
Tratamento para a Doença de Peyronie em Brasília
Minhas consultas costumam ser entre 30 a 45 minutos quando com pacientes com a Doença de Peyronie. A discussão da doença deve abranger a causa, a história natural da condição, as opções de tratamento não cirúrgicos e, para pacientes com doença avançada, as opções cirúrgicas. É importante entender como a doença afetou a sua função sexual.